Trend Override Newsletter #38
Vision Pro foi um golaço para Meta! Elon Musk vai comprar a Disney? Hollywood vai acabar? Como trazer alguém do mundo dos mortos e muito mais!
Resumo do que estará por aqui hoje:
🕶️Vision Pro fez um gol para Zuck?
👓Os óculos inteligentes podem ser estilosos
📽️Texto para vídeo, será o fim de Hollywood?
🔟O ChatGPT vai passar de ano!
🍎Apple Scoops, o que está no forno de Tim Cook
🐀Elon Musk vai comprar a disney?
⚖️Os limites da IA
🧟De volta dos mortos
🏠Sonho da casa própria
🧾A resposta do desafio da semana passada!
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🕶️Vision Pro foi um gol para Meta?
Ainda com muita coisa para se provar, o Vision Pro ganhou a internet nas últimas semanas. Alguns de seus usos como chamadas e desktop virtual chamaram a atenção do público pelo mundo. Cozinhar com o Vision Pro, por exemplo, parece ser uma experiência fantástica:
Mas o que chamou atenção também foi sua falta de aplicações.
Comentei na última edição sobre algumas decepções com aplicativos como Netflix que decidiram ainda não lançar versões nativas para o device da Apple. Sendo um dispositivo primordialmente de mídia, a falta de jogos também preocupa os usuários. Não deveremos ver versões de Vision Pro saindo com a velocidade que iPhones são lançados, por exemplo. Por isso é importante que o nível e velocidade de entrega de novos apps e features seja maior do que o apresentado até agora pela Apple.
Outro ponto que vem sendo criticado é a falta de experiência compartilhada. Talvez pela falta de apps específicos ainda, o uso do óculos vendo sendo classificado como uma experiência solitária. Caso você esteja em seu ambiente virtual, por exemplo, você não consegue compartilhar ele com outros usuários do óculos para que eles vejam o mesmo que você. Talvez essa seja a ideia, pois este é um dispositivo que emula uma realidade virtual. Mas pensando em um dispositivo nesse valor, acho justo que seja exigido muito mais da Apple.
Outro ponto que, pasmem, foi uma crítica dura foi da falta de conectividade com o iPhone. Imagino que algo perto de 100% das pessoas que comprem um vision pro também possuam um iPhone. E, diferente de um Apple Watch, não é muito óbvio que os aparelhos compartilhem notificações, por exemplo, Caso você receba uma ligação, você precisa tirar o óculos para ver quem é e atender. Isso para mim é totalmente inesperado, principalmente vindo da Apple, uma empresa que tem como diferencial a integração entre todos seus dispositivos.
Além de tudo que foi falado, alegando diversos problemas como dor de cabeça, náuseas, peso e falta de aplicações, alguns usuários começaram a retornar os óculos para Apple essa semana. Não podemos nos deixar enganar aqui também. Os Estados Unidos possuem uma política muito simples e eficaz sobre devolução de produtos. Imagino que muita gente que disponha de 3500 dólares de capital de giro tenha comprado o dispositivo para testes, produção de conteúdo e etc para depois o retornar para Apple. Lá fora, isso não é um big deal =)
Outro ponto que vale reforçar e que mencionei também anteriormente é sobre o cuidado ao se comprar dispositivos de primeira geração. Graças a internet, hoje já conseguimos ver diversos vídeos de pessoas abrindo o óculos da Apple e estudando todos seus componentes. E a verdade é que, ele é sensível, plástico e suas peças são praticamente impossíveis de serem substituídas. Caso você quebre seus óculos de 3500 dólares após o período da garantia, você estará em uma enrascada. Nesse caso, eu recomendaria você comprar o Apple care para este device, prática que não é muito comum para nós brasileiros.
Passado o devaneio coletivo com o lançamento do Vision Pro, as pessoas começaram a lembrar que, de fato, já possuímos um óculos de realidade virtual entre nós. E que ele faz bastante coisa que o Vision Pro não faz. Estamos falando do Quest, óculos da Meta que até então não ganhou o amor do povo.
Minha aposta já há algum tempo é que o lançamento do Vision Pro será um golaço para o Quest. Por ser muito mais barato (hoje o Quest 3 custa 500 dólares) e ter uma plataforma mais aberta, espero que o lançamento do Vision Pro acabe acelerando muito o desenvolvimento do Quest. Só pelo price point é óbvio que não seja possível comparar os 2 aparelhos. Seria como comparar um Fiat a uma Ferrari. Mas um resumo técnico das diferenças dos dois segue abaixo:
Qualidade da Tela: A tela do Vision Pro é superior, apresentando displays micro-OLED 4K para cada olho, oferecendo melhor contraste, precisão de cores e densidade de pixels em comparação com a tela LCD levemente melhorada do Quest 3 de seu predecessor.
Poder de Processamento: A Apple integra seu chip M2 e um chip R1 recém-desenvolvido para processamento de sensores em tempo real, proporcionando desempenho de nível desktop. Em contraste, o Quest 3 usa o Snapdragon XR2 da Qualcomm, que suporta até vídeo 8K. A comparação aqui é de um processamento de computador versus um processamento de um celular de primeira linha.
Tecnologia de Sensores: O Vision Pro da Apple inclui uma gama mais extensa de sensores, incluindo 12 câmeras, um Scanner LiDAR e sensores TrueDepth.
O próprio Zuck apareceu para dar seu parecer sobre o Vision Pro! Confira o que ele falou sobre a experiência:
A Apple é conhecida pelo tempo massivo que aloca no desenvolvimento dos seus produtos. O processador M1 demorou mais de 10 anos para ser criado e colocar fim a uma parceria histórica da Apple com a Intel. O Vision não foi diferente. Ele vem sendo desenvolvido desde o lançamento do primeiro iPhone, baseando-se em uma patente de 2007 que descreve o uso de um headset para visualizar filmes e eventos esportivos em um contexto de realidade virtual. A patente detalha um sistema de exibição pessoal que, por meio de componentes ópticos e digitais, pode criar para o usuário a impressão de estar em um cinema. Além disso, o dispositivo é capaz de detectar e ajustar a exibição de mídia conforme os movimentos do usuário, como o movimento da cabeça, proporcionando uma experiência imersiva e personalizada.
Independente da escolha, eu acredito que os VR headsets tenham chegado para ficar. Estamos apenas engatinhando na descoberta do que essa tecnologia é capaz. Muitos desdobramentos ainda virão! Ficarei de olho e sempre trarei um resumo por aqui!
🥸Smart Glasses are the new black
Muito escutaremos falar de óculos inteligentes daqui para frente. Este novo segmento irá abrir espaço para novas tecnologias e, principalmente, novas empresas que poderão oferecer produtos diferentes para competir com os grandes! Minha aposta é que muitas aquisições vão começar a aparecer nesse segmento.
A nova queridinha nesse segmento é uma empresa chamada Brilliant Labs.
A startup fundada pelo ex-líder de programação da Apple, Bobak Tavangar, revelou seus novos óculos com inteligência artificial, chamados Frame. O Frame, além de mais estiloso, promete trazer capacidades de realidade aumentada diretamente aos seus olhos.
Os óculos oferecem recursos como tradução de idiomas, reconhecimento de imagem, navegação na web e mais, tudo integrado de maneira harmoniosa à sua visão. Os óculos exibem informações sobre pontos turísticos, traduzem textos em tempo real e até localizam e compram itens que você vê na rua.
A Brilliant Labs tornou o processo de pré-venda acessível, com preços começando em $349, incluindo impostos, e os envios estão previstos para começar em 15 de abril de 2024. Além disso, a equipe disponibilizou os arquivos de design de código aberto e os códigos na sua página do GitHub. Como falei na parte do Quest, tornar as plataformas abertas vai ser um diferencial na briga contra o Vision Pro.
📽️Texto para vídeo, a guerra da vez
Essa semana deixamos de lado a guerra dos modelos tradicionais de inteligência artificial baseados em LLM (Large language models) para entrar na briga dos textos que viram vídeos. Isso mesmo.
E funciona da seguinte forma. Você descreve uma cena, situação ou um mini roteiro e ele produz vídeos de até um minuto.
Isso é um avanço enorme no desenvolvimento da IA.
Há exatos um ano, esse era um vídeo produzido por uma IA:
Hoje esse é um vídeo produzido por uma iA:
A ferramenta que permitiu isso foi a Sora, lançada pela OpenAI essa semana. Produtores de vídeo como Mr Beast e MKBHD já foram ao X brincar sobre a extinção de suas profissões:
Ainda não foi divulgado, mas o custo computacional para fazer isso acontecer deve ser monstruoso! Por isso, Sam Altman veio a público na última semana dizer que a OpenAI pode vir a mercado buscar um pequeno cheque de 7 trilhões de dólares para um novo projeto.
Este projeto visa atender à crescente demanda por chips de IA, especialmente em um momento em que empresas como Microsoft e Amazon optam por desenvolver seus próprios chips devido à escassez e ao alto custo, como é o caso dos chips H100 da Nvidia, que são os mais avançados do mercado e custam US$ 40.000. Em resposta à crise dos chips e à competição global pelo domínio da IA, o governo dos EUA anunciou um investimento de mais de US$ 5 bilhões para impulsionar a produção nacional de semicondutores. O projeto de Altman, que também busca promover o desenvolvimento de inteligência geral artificial (AGI), envolve discussões com oficiais governamentais, investidores e parceiros da indústria para a construção de fundições de chips que seriam gerenciadas por fabricantes existentes, com a OpenAI como um dos principais clientes. Embora o projeto tenha um custo elevado e um horizonte de implementação de longo prazo, o sucesso ainda não é garantido.
O Sora, na verdade, foi uma resposta ao Google, que também divulgou essa semana sua tecnologia de texto para vídeos chamada de Lumiere.
Lumiere é mais um estúdio cinematográfico do que uma simples tecnologia de geração de vídeos. Inclusive, para vídeos ele apenas oferece clipes de 5 segundos contra 1 minuto do Sora.
O que ele traz de mais inovador é a possibilidade de editar vídeos com comandos de texto, gerar vídeos a partir de imagens e modificar vídeos com comandos. Alguns destes exemplos podem ser vistos nesse teaser da Google:
Esse promete ser mais um capítulo na corrida pelo trono da IA que irei acompanhar de perto!
🤓Smarter
Em mais uma excelente aparição pública essa semana, Sam Altman, mandachuva da OpenAI deu algumas pistas do que está por vir com o GPT-5. E ele descreveu em uma frase o que todos queriam ouvir:
"It's gonna be smarter"
O GPT-4 vem enfrentando críticas sobre algumas de suas respostas e ganhou para muitos o curioso status de preguiçoso em diversas situações. Existe uma dificuldade na escalabilidade desses modelos que ainda estamos tentando entender o tamanho.
Um desafio sem dúvida é o direcionamento do foco da empresa. Em uma semana, além do GPT-5 e do Sora eles falaram que estão alocando esforços no desenvolvimento de um buscador para competir com o Google. Parece mesmo que o Google foi escolhido como o Golias dessa briga.
Quem utiliza o ChatGPT certamente já pensou nisso. Para grande parte das coisas que se perguntava para o Google, hoje se consegue um resultado muito melhor perguntando para o ChatGPT. Mas o Google é muito mais que um buscador, hoje, acaba sendo uma das maiores empresas de anúncios do mundo.
Quem não quer ficar de fora da brincadeira de conversar com AI é a Nvidia. A nova empresa mais valiosa do mundo trouxe também uma nova funcionalidade chamada Chat with RTX.
Diferente dos concorrentes, o chatbot de IA é gratuito e pode executar os principais modelos de código aberto localmente.
O Chat com RTX pode:
Analisar respostas de processos com base em arquivos e dados do usuário
Integrar dados de vídeos e playlists do YouTube
Funcionar sem internet
Essa briga promete!
🍎 Apple Scoops
O mercado colocou a Apple no corner na última temporada de resultados. Mesmo com o lançamento do Vision Pro, a dificuldade da empresa em realmente inovar nos últimos anos vem preocupando os investidores.
Alguns vazamentos de coisas que vem sendo discutidas lá dentro mostraram que eles estão bem avançados em pesquisas no desenvolvimento de uma tela dobrável.
Os aparelhos dobráveis ainda não ganharam o público. Mesmo já tendo evoluído muito e já apresentarem um desempenho impressionante, seu status entre tablet e celular ainda não ganhou espaço nos bolsos dos usários.
Mas nem só de telas vive a realidade de Tim Cook.
À medida que a Apple mantém seu domínio na distribuição e atua como um portão de entrada para pagamentos através do iPhone, Apple Wallet e App Store, ela enfrenta tensões regulatórias devido à sua posição dominante no ecossistema tecnológico. Recentemente, a Suprema Corte dos EUA decidiu não ouvir o recurso da Apple contra a Epic, mantendo que a Apple deve permitir direcionamentos para métodos de pagamento alternativos fora da App Store. Apesar disso, a Apple ajustou suas políticas para exigir que os aplicativos paguem uma taxa de 27%, mesmo que os pagamentos ocorram fora de sua plataforma, uma decisão que gerou críticas de desenvolvedores como Epic e Spotify, que classificaram a taxa como "ultrajante".
Além disso, em resposta à pressão antitruste da União Europeia e ao Digital Markets Act, a Apple propôs abrir o Apple Pay para serviços de pagamento de terceiros na Europa, permitindo-lhes acessar a funcionalidade NFC para pagamentos sem contato. Esse cenário destaca o contínuo jogo de gato e rato entre grandes plataformas e reguladores, visando abrir as plataformas para mais competição, mas mudanças significativas parecem lentas. Apesar da pressão para facilitar o ambiente para desenvolvedores e a introdução de pagamentos de terceiros, a Apple continua a implementar restrições sutis, mantendo sua posição de confiança entre os consumidores.
🐀Elon Mickey Musk
Mais um episódio marcante na falta de foco de Elon Musk que preocupa seus investidores.
A imprensa internacional tem especulado que Elon Musk estaria interessado em comprar a Disney. E a sua presença, no último final de semana, na pré-estreia do filme independente “Lola”, codirigido pela atriz americana Nicola Peltz, filha do investidor bilionário Nelson Peltz, que por um acaso está tentando interferir nos negócios do conglomerado de entretenimento, só fez aumentar os rumores.
Durante o evento, o CEO da Tesla e da SpaceX foi questionado por um repórter da FabTV sobre o porquê da sua participação no evento, e a sua resposta foi um tanto intrigante: “Estou aqui apenas com amigos... pensando em quais empresas adquirir”.
Se ele fez o que fez após comprar o twitter, será que ele pode colocar um fim nas críticas massivas a cultura que vem sendo disseminada pela Disney caso isso aconteça?
Por outro lado, a Disney está investindo US$ 1,5 bilhão para incluir seus personagens em Fortnite, um dos jogos mais jogados atualmente, com uma base de 100 milhões de jogadores globais.
Com o anúncio dessa colaboração, jogadores da Epic Games terão a liberdade de criar suas próprias narrativas e jogos, utilizando personagens da Marvel e diversas figuras do vasto universo de entretenimento da Disney, integrando ainda mais a empresa ao universo da cultura pop.
Esse é o maior investimento feito até hoje da Disney no setor de Games e mostra a força que esse mercado tem!
⚖️Os limites da IA
Uma das partes mais importantes no desenvolvimento da inteligência artificial é a sua regulação. Quem não está pelo menos receoso das possibilidades que ela traz se usada pelo “mal” ainda não entendeu o suficiente disso.
Alguns fatores de segurança já foram criados. As imagens e vídeos criadas pelas ferramentas da OpenAI, por exemplo, possuem uma marca d’água no canto inferior da tela. Isso me parece ainda muito simples pela facilidade de remoção da marca.
A Meta também começou a classificar as páginas que tem conteúdo gerado por IA no Instagram:
Essas medidas ainda são baby steps mas indicam que estamos pelo menos no caminho para tornar a internet um ambiente mais seguro para todos.
🧟De volta dos mortos
Depois do uso peculiar que trouxe aqui em outra edição de uma turma que criou um Jesus cristo conselheiro utilizando IA, dessa vez uma nova tecnologia te permite trazer de volta algum ente querido que tenha ido para o céu.
O Projeto Dezembro é uma ferramenta de IA que pode simular conversas com qualquer pessoa, inclusive os mortos. No entanto, os resultados podem ser assustadores, levantando questões sobre saúde mental e privacidade.
Jason Rohrer levou um mês para "enganar" a interface GPT2 da OpenAI, permitindo que os usuários conversassem com a IA. Ele criou alguns personagens para as pessoas conversarem e também permitiu que os usuários criassem os seus próprios. Mas, à medida que Roher subverteu os planos da OpenAI, os usuários subverteram os dele. Eles começaram a usar sua plataforma para criar versões de seus entes queridos falecidos.
A plataforma, chamada Projeto Dezembro, promete "simular uma conversa baseada em texto com qualquer pessoa" pelo preço de $10. Os usuários não precisam usar a tecnologia para necromancia, mas especifica que "qualquer pessoa" inclui "alguém que já não está mais vivo".
O vida após a morte está em alta nos bastidores da IA. Sam Altman também está preocupado com seu legado. Ele está atrás de uma tecnologia da empresa Netcome que consegue preservar todas as células do cérebro.
O dilema, porém, é que para alcançar esse feito, a empresa necessita ser responsável pelo término da vida da pessoa.
Altman almeja que seu cérebro seja conservado de maneira que, futuramente, possa ser reativado, mantendo suas memórias intactas.
Trata-se de uma forma de backup do cérebro, buscando uma oportunidade de reviver no futuro.
Embora possa soar como loucura, a verdade é que vários bilionários do Vale do Silício estão financiando empresas com promessas de prolongar a vida, ressuscitar os mortos ou mesmo eludir a morte.
🏠Sonho da casa própria
O sonho da casa própria está prestes a se tornar mais simples. Sem financiamento, banco e muito dinheiro! Isso é o que promete a Amazon nesse vídeo viral que uma turma comprando uma casa pela Amazon!
🏆The end!
Na última semana postei um desafio sobre quais imagens são ou não feitas por AI. Se você curtiu esse desafio, as respostas são:
IA - IA - IA
Real - Real - Real
IA - Real - IA
Eu reprovaria de ano com certeza nessa brincadeira.
Quer ver alguma coisa na próxima edição? Só deixar um comentário que trago para você!
Out!