Trend Override Newsletter #99
Nos bastidores do 𝕏 e da Tesla. IA no governo no Brasil e nos EUA. Zuck se alistou no exército, o email mais alarmante da era da IA, o fim da App Store, os agentes programadores e a volta do WeWork.
Resumo do que estará por aqui hoje:
🕵️Sem censura: O que está acontecendo por trás da Tesla e do 𝕏
🤡 IA no Brasil: Finalmente vamos falar de IA no governo!
🌠Adam is back! O WeWork trocou de roupa e voltou para festa
🧑🏭AI is coming for us… Uma história alarmante sobre o futuro
🛒OpenAI foi as compras: A nova peça mais importante do xadrez da IA
🍏 Apple + Anthropic: Uma parceria que quer abrir novos caminhos para Tim
🪖 Metaverso vai à guerra? Zuck quer entrar no Pentágono
📱App store: Será o fim das lojas de aplicativo?
🍿Entretenimento
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🕵️Sem censura…
Uma mudança que começou a ser implementada essa semana deve mudar, aos poucos, o que você vê no 𝕏.
Seu algoritmo de recomendação está sendo substituído por uma versão leve do Grok.
Esse tipo de mudança sempre divide opiniões na internet. Os algoritmos são as peças chave de qualquer rede social. Eles são feitos para te prender lá o maior tempo possível, entregando conteúdos moldados para você. Por isso, esse tipo de mudança sempre acende um alerta importante.
Falando em Grok, um post do 404Media informou que usuários do modelo de IA estão pedindo para ele "tirar a roupa" de mulheres.
Embora o chatbot rejeite comandos para imagens completamente nuas, ele atende a solicitações como “remova as roupas dela” com imagens geradas por IA mostrando mulheres de biquíni ou lingerie. As respostas do Grok são públicas e aparecem como respostas diretas aos prompts originais.
Ao ser questionado sobre uma dessas postagens e sobre suas barreiras contra pedidos de conteúdo explícito e não consensual, o Grok respondeu com um pedido de desculpas e afirmou: “Esse incidente destaca uma falha em nossas proteções…”
Até o momento desta publicação, o Grok AI continua atendendo a pedidos por imagens parcialmente nuas, enquanto o ChatGPT e o Gemini os rejeitam.
… e sem gasolina
A Tesla vendeu só 885 carros na Alemanha em abril, uma queda de quase 46% em relação ao ano passado, enquanto o mercado de elétricos por lá cresceu 53%. Ou seja: todo mundo acelerando, menos Elon. Na briga que tanto falamos de China versus EUA, a BYD está levando a melhor nesse mercado, com as vendas dobrando e assumindo o protagonismo dos EVs no mercado alemão, que antes era totalmente dominado pela Tesla.
Elon Musk: Quando o CEO vira o bug do produto
Ame ou odeie, a verdade é que Musk assumiu um lugar polarizado no mundo. E isso está custando caro para a Tesla. A empresa está sendo alvo de protestos por toda Europa, o que tem tirado o sono de muitos executivos por lá.
🤡 IA no Brasil
Pensei que eu nunca fosse escrever sobre isso 🤣
Na última reunião do grupo de trabalho sobre emprego do BRICS em Brasília, os países decidiram criar um capítulo exclusivo sobre inteligência artificial.
Esse gesto do BRICS visa tomar as rédeas do futuro antes que ele nos atropele, mas parece um pouco atrasado, certo?
Esse debate será levado para a COP30 que ocorrerá em Novembro em Belém.
Enquanto isso…
O governo brasileiro lançou o Redata, um plano que quer transformar o país em hub global de inteligência artificial. A ideia é atrair até R$ 2 trilhões em investimentos privados em data centers nos próximos 10 anos, com contrapartidas claras: energia limpa, 2% da receita em pesquisa local e parte do poder computacional reservado ao Brasil. Amazon, Google e Nvidia já estão no mapa. Mas a pergunta que fica é: temos estrutura, regulação e talento para isso?
🌠Adam is back!
Quem diria? O enfant terrible das startups está de volta. Adam Neumann, ex-WeWork, acaba de levantar US$ 100 milhões para a Flow, sua nova empreitada no mundo dos imóveis. A grana veio principalmente da Andreessen Horowitz, que dobrou a aposta e agora tem 25% da empresa. Valuation? Saltou de US$ 1 bi (2022) pra US$ 2,5 bi. Sim, o homem ainda sabe como vender um sonho.
Mas o que é a Flow? A empresa quer transformar o ato de morar em uma experiência gerida por software. Prédios com tecnologia própria, gestão integrada, pegada comunitária e vibes de hotel boutique. Em Riad, por exemplo, já operam sem usar sistemas imobiliários de terceiros. Miami, NY e Palo Alto também já estão no jogo. E eles juram que o caixa fecha em 2025.
Adam ainda disse que um IPO está nos seus planos! Para quem, assim como eu, está com um déjà vu de 2019, pegue um café e vamos acompanhar essa história!
🧑🏭AI is coming for us…
Foi o que disse o CEO da Fiverr, Micha Kaufman, em um e-mail interno da empresa que ele mesmo vazou na internet.
Para ele, a IA está chegando para substituir a maioria dos empregos, inclusive o dele.
Ele ainda destacou que tarefas antes consideradas simples vão desaparecer e que apenas quem dominar as novas ferramentas continuará relevante. 🤯
Kaufman incentivou a equipe a aprender a usar ferramentas de IA específicas para suas funções, seja você advogado ou programador.
Ele reforçou que depender de ferramentas tradicionais como o Google já está ultrapassado, e que prompt engineering e integração com IA agora são habilidades essenciais.
Seu gesto, obviamente, dividiu opiniões. Mas seus pontos são extremamente válidos, e sigo reforçando semanalmente aqui: Aprenda IA!
🛒OpenAI foi as compras
⌨️ OpenAI compra Windsurf e entra de vez na guerra do código
A OpenAI acaba de gastar US$ 3 bilhões para comprar a Windsurf, plataforma que gera códigos de programação usando IA, marcando a maior aquisição da sua história.
O próximo grande campo de batalha da IA não está na busca nem no chatbot, mas sim no seu terminal de código.
Já havia falado um pouco sobre isso quando postei a matéria acima. Esse é um movimento importante, pois com isso a empresa passa a ter um controle ainda maior nas aplicações desenvolvidas pelos usuários.
Muitos me perguntaram o real sentido dessa aquisição. Além da base de usuários e da excelente equipe, com acesso a essas plataformas a OpenAI vai passar a controlar de ponta a ponta milhões de soluções desenvolvidas pelos usuários do Windsurf. Isso é gigantesco pois, anteriormente, ela só tinha acesso aos códigos que os usuários pediam auxílio para o ChatGPT.
A empresa também nomeou Fidji Simo, ex-CEO da Instacart e atual conselheira da OpenAI, como nova CEO da divisão de Aplicações.
A movimentação acelera a transição da OpenAI para um formato de "três em um": laboratório de pesquisa, empresa de produtos globais e operadora de infraestrutura.
Fidji vai comandar as frentes que levam a IA ao usuário final, enquanto Altman foca ainda mais em Pesquisa, Infraestrutura e Segurança.
Isso é mais uma mudança bem significativa na empresa, que agora deixa claro que está sim colocando muita energia na monetização da plataforma. Será que em breve teremos Ads no ChatGPT?
“Joining OpenAI at this critical moment is an incredible privilege and responsibility. This organization has the potential of accelerating human potential at a pace never seen before and I am deeply committed to shaping these applications toward the public good.”
🍏 Apple + Anthropic
Nessa festa de agentes IA de programação, a Apple também quer um pedaço do bolo.
A empresa não conseguiu ainda fazer a Siri entender, mas agora quer nos convencer que irá nos ajudar a programar. 🥲
Esse foi meu entendimento da sua nova e discreta parceria com a Anthropic, para testar uma IA no Xcode, que irá ajudar devs a escrever, editar e testar códigos (uma espécie de Claude Developer Edition)
Por enquanto a ferramenta está disponível apenas para uso interno.
Se der certo, pode virar ferramenta oficial, mas Tim Cook ainda está decidindo se será de uso público.
Além disso, uma série de notícias que saíram essa semana sugeriram que a Apple está pensando em colocar um fim no seu acordo com o Google para ser o buscador oficial do iPhone.
Acho que essa parceria com a Anthropic deu algumas ideias para Tim Cook, e o Google sofreu um pouco com isso essa semana.
A interpretação é que o Google parece cansado…
A lógica dos "10 links azuis" está se dissolvendo na névoa do prompt perfeito.
Scott Galloway disse essa semana que o Google precisa urgentemente de um "bulking inverso". Menos gente, mais agilidade. O argumento? Um Google 33% menor em headcount seria mais rápido, mais leve, mais competitivo. Ou seja, precisa sair do regime "corpo de pandemia" e entrar no modo "maratona AI-first".
Antes o Google era o único player de verdade. Agora temos Perplexity, ChatGPT, Copilot, Meta AI, dentre milhões de outras opções. E como bem lembrou Bill Gurley, o modelo do Google está esticado ao limite, com pouquíssimo espaço para manobra.
🪖 Metaverso vai à guerra?
Meta virou… contractor?
Pois é, Zuck está fazendo um pivot discreto, mas bilionário, rumo as forças armadas.
Segundo a Forbes, a empresa anda recrutando gente com passagens pelo Pentágono, reforçando a equipe de lobby em D.C. e, principalmente, preparando o terreno para vender seus brinquedos de IA e realidade virtual ao governo dos EUA.
Lembram do LLaMA, o modelo de IA da Meta? Pois é, agora ele está liberado para uso militar. A empresa já flerta com gigantes do setor de defesa como Lockheed Martin, Leidos e Booz Allen.
Eles também estão atrás de gente experiente para (finalmente?) empurrar o Reality Labs, aquele mesmo que prometia festas no metaverso, como ferramenta de treino tático.
Claramente, a Meta segue o mesmo script de Google, OpenAI e cia: perdeu a vergonha e pulou com os dois pés no poço sem fundo do orçamento militar americano.
A nova corrida não é só por clientes, mas também por influência em como o “lado do bem” vai usar inteligência artificial no campo de batalha. Tudo isso, claro, embalado no storytelling de “defesa da democracia contra modelos chineses”.
📱App store
Mais um plot twist político em Washington: uma deputada republicana quer forçar Apple e Google a abrirem seus sistemas pra app stores de terceiros.
Isso mesmo, o App Store Freedom Act quer acabar com os jardins murados e devolver o controle aos usuários e devs. Hackear seu iPhone pode virar coisa do passado.
A proposta é simples e ousada: se sua loja tem mais de 100 milhões de usuários, você vai ter que deixar o usuário escolher apps e lojas como padrão, remover apps nativos e instalar o que quiser, de onde quiser. E não para por aí: devs ganham acesso igualitário a APIs, ferramentas e... liberdade de escolha no sistema de pagamentos. Adeus, taxas obrigatórias de 30%?
Se aprovada, a lei será aplicada pela FTC, com multa de até US$ 1 milhão por infração. Um detalhe que pode parecer pequeno, mas que manda um recado claro: a era do controle absoluto das plataformas está sendo reavaliada. Se antes o iOS e o Android eram castelos, agora o Congresso quer virar a chave e entregar cópias do portão.
E como cereja do bolo, uma decisão judicial recente determinou que a Apple violou uma ordem anterior ao tentar manter sua comissão de até 27% em compras feitas fora da App Store. A juíza Yvonne Gonzalez Rogers considerou a conduta da Apple como uma "violação intencional" e ordenou que a empresa permita que desenvolvedores direcionem usuários para métodos de pagamento alternativos sem restrições. Com isso, a Epic Games anunciou o retorno do Fortnite ao iOS nos EUA, utilizando uma conta de desenvolvedor baseada na Suécia. Além disso, a Epic está oferecendo 20% de cashback para compras feitas através de seu sistema de pagamento, incentivando os usuários a evitarem as taxas da Apple.
A combinação da proposta legislativa com a vitória judicial da Epic pode representar uma abertura sem precedentes no mercado mobile. Para devs indie, que vivem sufocados pelas comissões e pelas regras arbitrárias das lojas, é uma oportunidade de ouro. Já as big techs estão em modo defensivo, tentando maquiar concessões mínimas como “aberturas” para escapar da guilhotina regulatória. Mas o movimento está claro: o monopólio de distribuição está sendo desafiado. E talvez, pela primeira vez em anos, a porta não esteja só entreaberta, ela foi arrombada com uma katana chamada Fortnite.
🍿Entretenimento
Nem a pipoca vai sair ilesa do governo americano!
Donald Trump agora mira Hollywood: prometeu uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora dos EUA, dizendo que a fuga de produções pra outros países virou “ameaça à segurança nacional”.
Segundo ele, incentivos fiscais no exterior estão destruindo a indústria americana, e o plano é taxar tudo que não for 100% Made in Hollywood.
Aproveitando a onda indie e filmes, trago hoje o NinjaPunk, um novo delírio futurista que mistura samurais cibernéticos, vingança clássica e um mundo onde magia ancestral e guerra digital colidem, tudo feito com IA!
Um bom domingo para todos!