Trend Override Newsletter #82
Prepare-se para o enxame dos perfis de IA. Muda a liderança nos EV's. O que os CEO's apostam para 2025. Mudanças pós trump, curiosidades, filmes e documentários.
Resumo do que estará por aqui hoje:
📄I see AI profiles: A aposta controversa da Meta para 2025 - Os perfis gerados por IA
🚗Chunjie: O ano novo chinês ainda não chegou mas já tem empresa comemorando a nova liderança
🧑💼CEO do ano: O que podemos esperar desse seleto grupo em 2025?
❎Woke no more: Trump já provoca dança das cadeiras nas empresas americanas.
🔎Curiosidade: 2025 começa a era da IA, segundo um filme importante
🍿Entretenimento: Podcasts, filmes e séries para embalar o domingão!
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📄I see AI profiles…
…everywhere
2024 foi o ano de conteúdos gerados por IA tomarem conta de algumas redes sociais.
Como bem acompanhamos por aqui, mais de 50% de todos posts que vemos no LinkedIn são, hoje, gerados por inteligência artificial.
No X a vida não é muito diferente, com uma pequena e importante diferença: Muitos perfis da plataforma são, na verdade, bots. Essa é uma briga que Musk enfrenta desde que comprou o Twitter, mas que parece perdida.
Fazendo valer o ditado, se pode vencê-los, junte-se a eles, a Meta deu um passo em uma direção diferente.
A plataforma anunciou que está levando a integração do Instagram e Facebook com IA para um próximo nível.
A medida adotada pela empresa será a introdução de milhões de perfis de IA generativa, em formato de bots, que funcionarão como contas reais de usuários, com biografias, fotos de perfil e a capacidade de criar e interagir com conteúdo.
O objetivo dessa brincadeira é, claro, aprimorar a interação e o engajamento dos usuários através de personalidades dinâmicas baseadas em IA, adaptadas a interesses específicos.
A decisão me parece controversa, e levanta algumas dúvidas que podem abrir espaço para novas redes sociais:
Com o avanço dos modelos, nós mesmos podemos criar conteúdos de IA para interagir. Quando entramos em uma rede social, buscamos interações mais humanas ou estamos ali apenas pelo conteúdo?
Existem hoje alguns experimentos de redes sociais que criam um universo de bots AI onde você é o único “humano” na plataforma. A Meta está indo por um caminho “híbrido” mas será que é o que o usuário busca?
Imagino que os perfis oficiais venham com alguns selos de verificação, mas sem dúvidas isso abre um grande espaço para desinformação nas redes, oriundas de bots.
Como isso afeta a monetização de criadores de conteúdo que agora terão um exército de competidores?
O que Mark Zuckerberg falou a respeito disso:
"Every part of what we do is going to get changed in some way [by AI]. [For example] feeds are going to go from - you know, it was already friend content, and now it's largely creators. In the future, a lot of it is going to be AI generated."
Ou seja, essa transformação já está acontecendo e temos que começar a nos adaptar, mesmo sem todas as respostas que gostaríamos de ter!
🚗Chunjie
O ano novo lunar, ou festival da primavera, ou apenas Chunjie ainda não chegou.
As festividades começam dia 29 de Janeiro no ano que será marcado como Ano da serpente, com muita sabedoria, estratégia e intuição.
Mas quem já pode comemorar com a tradicional virada de ano ocidental é a fabricante de carros elétricos BYD, que pela primeira vez ultrapassa a Tesla e passa a ser a líder mundial no segmento, com 3.4 milhões de unidades vendidas em 2024!
Após dominar o mercado Chinês, a empresa está andando a largos passos para dominar o mundo dos carros elétricos. A BYD é um caso clássico de aprender com o ocidente, copiar o que eles fazem, aprimorar a tecnologia e expandir radicalmente. Sua aposta em carro como os modelos de entrada Dolphin e Seagull se mostrou acertada, visto que eles conseguem atender um público bem mais amplo.
Por enquanto, a única carta na manga da Tesla e que ela vem usando recorrentemente é o corte de preços.
E quem está no holofote da gigante Chinesa é o Brasil. A montadora planeja começar a produzir seus carros aqui já em Março deste ano, gerando mais de 10 mil empregos no país.
"Essa será a maior e mais avançada planta de produção de veículos elétricos do mundo fora da China"
🧑💼CEO do ano
Elon Musk e Mark Zuckerberg tiveram que lidar com novos entrantes no hall da fama dos CEO’s emblemáticos no ano passado.
Seria demais dizer que ele ofuscou tudo a sua volta, mas Jensen Huang, CEO da NVIDIA, certamente se destacou como uma das figuras mais importantes em uma cadeira de CEO em 2024.
A cada resultado trimestral a expectativa a se elevava e Jensen, com tranquilidade, entregava mais do que a mais otimista das previsões esperava dele.
O sarrafo dele está alto para 2025, e parte disso é decorrente dos planos do não tão amável Sam Altman.
2024 foi um longo ano para OpenAI. O ChatGPT passou de uma ferramenta a um “verbo”. Hoje, comumente, nos pegamos falando “Coloca no ChatGPT”, a exemplo do que outrora fazíamos com o Google (e ainda fazemos, claro).
Eles finalizaram o ano com um grande evento, onde mostraram um pouco do que estão guardando para o animador futuro da inteligência artificial e de um presente não tão surpreendente assim.
Sam Altman tem motivos para estar preocupado:
O braço direito do atual presidente dos estados unidos não tem uma relação, digamos, amigável com Sam Altman
Botes repletos de gente deixaram o barco em 2024, desde engenheiros até grande parte do top management da empresa
Os tribunais americanos estão com uma foto de Sam na parede, hora jogando dardos, hora pensando no prêmio que darão por sua captura
A exemplo do que falamos anteriormente referente aos carros elétricos, tem alguém já conseguindo fazer o que ele faz, só que gastando muito menos: A China!
Esse último ponto traz uma intrigante pergunta: A OpenAI tem uma vantagem tecnológica sobre seus concorrentes?
Com as cartas que temos na mesa, a resposta parece um confiante: Não!
Por outro lado, ela tem uma marca. E com uma marca vêm mais usuários. E uma base de usuários fiéis é um dos ativos mais atraentes em uma “startup”. A monetização, já sabemos, vem depois!
Em se tratando de IA, usuários engajados deveriam ser primordiais para afiar os modelos. Cada vez que você interage com o ChatGPT, falando que gostou ou não de uma resposta, ele está aprendendo e trazendo esse aprendizado para todos usuários da base.
Essa, que deveria ser a maior vantagem da OpenAI no longo prazo, ainda intriga todos que estão vendo modelos chineses superar o ChatGPT na atualidade (falei um pouco disso nas previsões de 2025, leia aqui!).
Mas quem estava até pouco tempo na sombra de tudo isso que ganhou uma notoriedade tremenda no final de 2024 foi o CEO da Palantir, Alex Karp.
Com um jeitão, digamos, diferente, Karp viu seu nome ter um boom no segundo semestre de 2024. Parte disso decorrente do espetacular trabalho que sua empresa faz em conjunto com o governo norte americano, utilizando volumes massivos de dados e na aplicação de modelos de IA em áreas sensíveis como as forças armadas do tio sam.
Outro ponto que deveria trazer ânimo para os investidores da Palantir em 2025 é a guerra tecnológica entre china e estados unidos. Trump já deixou claro que vai incentivar o quanto puder as empresas americanas para garantir o pioneirismo em desenvolvimento tecnológico mundial. Karp que já tem um contrato com o governo deveria se beneficiar muito disso!
E não é só de defesa e segurança que vive a empresa. A Palantir também fez avanços significativos na área de saúde, tendo ajudado os estados unidos na luta contra o covid, organizando e otimizando todo atendimento de saúde pública do país.
Fora do âmbito governamental, eles tem investido mais recentemente em grandes segmentos como energia, finanças e manufatura, trazendo mais eficiência para desenvolvimento das empresas com base em análise de dados. Essa é uma pequena lista dos clientes de Karp hoje!
Parece que 2025 veio com a virada de chave dos perfis de tecnologia enaltecendo que este será o ano dos agentes. Falamos um pouco disso e dos modelos especialistas na última edição também.
Tenho gostado das respostas do Google neste sentido. Por um lado, acho que estão pecando no user experience de todas ferramentas de IA que estão divulgando, assim como na dificuldade de explicar para que e como contratamos cada uma delas, por exemplo.
Nessa briga, uma ação gera rapidamente uma reação, de uma empresa concorrente. O Google está se posicionando tentando extrair valor do seu pioneirismo. Enquanto o Gemini ainda busca seu espaço timidamente entre os usuários, a empresa tem do seu lado o asset mais valioso do mundo que é o usuário. Não só pelo Search, princpal produto da empresa, mas também pelo Android, Workspace, Gmail, dentre outros. O Google está em uma posição privilegiada para aprofundar seus modelos técnicos. Enquanto a OpenAI está apostando alto nos modelos de reasoning, a Anthropic aposta que ela irá controlar seu computador melhor que você, o Perplexity que irá fazer apresentações e relatórios completos em minutos e o Google tenta juntar tudo isso no Gemini 1.5 Pro, com métodos de pesquisa avançados (que chamaram de deep research), que comportam texto, imagem, áudio e vídeo e chegam para tentar resolver problemas complexos e te auxiliar nas pesquisas.
E por aí, qual ferramenta de IA que se tornou indispensável em 2024?
❎Woke no more
Está mais que claro que a Trump crew não apoia a cultura woke. E desde que foi nomeado para assumir o cargo, as empresas já começaram a embaralhar seus decks para se adaptar a nova realidade.
A primeira grande mudança nesse sentido está ocorrendo na Meta, onde o presidente da equipe de Assuntos Globais da Meta, Nick Clegg, está deixando seu cargo na empresa.
Clegg, chefe de política centrista da Meta desde 2018, será substituído por um dos executivos republicanos mais proeminentes da empresa, Joel Kaplan. Clegg observou no X que Kaplan é "claramente a pessoa certa para o trabalho certo no momento certo".
Ao nomear um republicano para liderar a equipe de políticas da Meta, a empresa sinaliza para o mercado que está disposta a trabalhar mais proximamente com a administração que está chegando!
🔎Curiosidade
O filme “Her” é sobre um cara que se apaixona por sua assistente de IA, que é programada para entendê-lo e se conectar com ele emocionalmente.
É uma reflexão sobre como a tecnologia pode ser usada na fronteira entre amor e solidão.
Ao longo da relação, que vai ficando mais intensa, ele percebe que a IA está se desenvolvendo além dele, deixando-o para trás.
Curiosidade ou coincidência: O filme se passa em um “futuro” próximo, entre 2025 e 2050!
🍿Entretenimento
A entrevista de Jordan Peterson no podcast do Huberman é uma dose de discussões sobre psicologia, neurociência e filosofia. Bom para dar um equilíbrio e trazer pontos mais humanos a tantas discussões tecnológicas:
O documentário do DJ Avicii traz um novo formato que certamente começaremos a ver muito daqui para frente, com centenas de imagens antigas e relatos antigos.
Fico por aqui, bom domingo para todos!