Trend Override Newsletter #75
Nocaute no Netflix, AirBnB descobre mineradores secretos. ChatGPT quebra empresa, IA desafia educação. Salesforce reinventa demissões, Apple chega nas casas e NVIDIA abraça robótica!
Resumo do que estará por aqui hoje:
🥊Nocaute Técnico: O perdedor da luta do Mike Tyson não estava no ringue
🛌AirBnBit: Curioso caso de mineração de bitcoin mudou as políticas do site
🥷Vítimas da IA: O ChatGPT quebrou uma empresa de capital aberto
🪙O outro lado da moeda: Os riscos da IA para a educação
🏪Força de vendas: Contratar para demitir, nova proposta do Salesforce
🏠Casas inteligentes: Apple chegando (atrasada?) em mais um novo segmento
🤖Mais robôs: NVIDIA entra no mundo dos robôs.
Trend Override é uma newsletter gratuita e sua inscrição é muito importante!
Também não temos marketing então conto com você para ajudar na divulgação!
🥊Nocaute Técnico
A internet, literalmente, parou para assistir a luta do Tyson.
A Netflix hoje detém a excelência técnica quando o quesito é stream.
O algoritmo é bem superior aos seus concorrentes, em diferentes aspectos.
Dar o passo de entrar no mundo das lutas foi comemorado pelos usuários da plataforma quando eles anunciaram a compra dos direitos de transmitir o WWE.
O passo seguinte foi o alto investimento para transmitir o retorno de Mike Tyson ao ringue. Luta que dividiu opiniões, mas que aconteceu para levantar quantias astronômicas de dinheiro para o ícone do boxe, que hoje passa por dificuldades financeiras.
Mas o evento acabou virando uma história de 500.000 Fãs de Boxe Irritados.
Diferente do clássico pay per view americano, que domina todos eventos de luta, eles tornaram o evento gratuito para atrair assinantes.
Mas a aposta foi alta demais e a infraestrutura não aguentou a carga.
O "gratuito", nesse caso, custou mais caro.
A dúvida que fica é: Será que a Netflix se precipitou em tentar quebrar o modelo tradicional de transmissão?
A transmissão deixou a desejar, mas as lutas também não foram lá essas coisas. Deixo aqui o melhor meme que eu achei do evento!
🛌AirBnBit
Um anfitrião do Airbnb na Carolina do Norte foi surpreendido com uma conta de energia elétrica chocante de US$ 1.500. O motivo? Hóspedes usaram sua propriedade para minerar criptomoedas. Os hóspedes, que tinham excelentes notas no aplicativo, trouxeram pelo menos 10 equipamentos de computador para realizar suas operações de mineração. Estima-se que eles mineraram o equivalente a US$ 100.000 durante a estadia de três semanas.
O proprietário só conseguiu identificar o ocorrido revisando as filmagens das câmeras externas, onde identificou os equipamentos usados para mineração de criptomoedas.
O Airbnb teve que intervir para que o proprietário conseguisse ser ressarcido após o ocorrido. O incidente gerou discussões na plataforma, e agora muitos anúncios contam com regras proibindo a utilização do imóvel para minerar cripto!
🥷Vítimas da IA
O ChatGPT fez sua primeira vítima corporativa.
Na edição da semana passada, falei um pouco do impacto do aumento do uso da IA nos fóruns da internet.
Hoje vamos contar a história da Chegg, uma empresa que foi morta pelo ChatGPT.
A empresa, que carrega o slogan “The Student Hub”, é um serviço online que fornece auxílio em tarefas escolares para estudantes. Por US$ 19,95 por mês, os assinantes podem consultar respostas pré-escritas para questões de livros didáticos e tutoria online.
O Chegg costumava ser o lugar preferido para alugar livros didáticos e obter ajuda com tarefas de casa.
Durante a pandemia, a empresa estourou e tornou-se muito popular por facilitar o acesso dos estudantes a livros didáticos e guias de estudo.
Passado o pânico causado pela pandemia, a empresa já tinha voltado ao seu valor justo. Mas então, o ChatGPT surgiu, respondendo as dúvidas dos estudantes até na versão gratuita.
Desde o lançamento do ChatGPT, as ações do Chegg caíram 99%, perdendo US$ 14,5 bilhões em valor de mercado.
Esse é um excelente exemplo da transformação potencializada pela IA.
A Chegg não conseguiu encontrar ainda uma forma de sobreviver. Em se tratando de um Hub, a empresa deveria ter mais serviços para fidelizar os usuários. A empresa já demitiu 441 funcionários durante o verão, um quarto de sua força de trabalho. Para sobreviver, eles estão investindo nos "aprendizes curiosos", oferecendo respostas mais abrangentes assistidas por IA e aconselhamento ao vivo.
🪙O outro lado da moeda…
Com empresas como a Chegg chegando ao fim, mais responsabilidade colocamos nos modelos de IA.
A medida que pessoas de todas as idades vão utilizando os modelos para fins diversos, algumas questões precisam ser discutidas.
Já trouxemos o caso do bot que acabou encorajando uma pessoa a tirar a própria vida.
Hoje um caso menos grave, mas que também gera um debate importante.
O Google não informou ainda se este é um caso de alucinação do seu modelo ou se ele incorporou o personagem Tyler Durden, do filme clube da luta, mas o que vimos foi um caso bizarro que o Gemini induz o usuário a tirar a própria vida.
Para entender casos como esse, é importante entendermos como os modelos são treinados. Essa definição que eu vi recentemente em um podcast é excelente:
Uma maneira útil de conceituar redes neurais é que elas não são simplesmente programadas ou construídas; em vez disso, elas são cultivadas. As arquiteturas de redes neurais servem como um andaime, que permite que os circuitos se desenvolvam ao longo do tempo. Este processo começa com inicializações aleatórias e, através do treinamento, a rede evolui.
Os objetivos de perda que são estabelecidos atuam como uma luz guia para o crescimento da rede neural. O andaime fornece a estrutura necessária para o desenvolvimento, enquanto os objetivos direcionam o crescimento para metas específicas. Esta analogia compara o processo de treinamento ao cultivo de uma entidade ou organismo biológico, enfatizando a natureza orgânica das redes neurais.
A distinção entre redes neurais e engenharia de software tradicional é significativa. Na engenharia de software, os sistemas são explicitamente programados com regras e lógica definidas. Em contraste, as redes neurais operam através de um processo de crescimento e adaptação, que é fundamentalmente diferente das metodologias de programação convencionais. Esta perspectiva destaca a complexidade e o dinamismo inerentes ao treinamento de redes neurais.
A conversa completa do estudante com o Gemini pode ser acessada aqui.
O modelo, literalmente, se emputeceu com a conversa onde o usuário estava pedindo auxílio com suas tarefas de casa e terminou, por fim, falando para ele se matar!
🏪Força de vendas
Uma iniciativa de uma das maiores empresas do mundo dividiu a opinião dos críticos de internet essa semana.
A empresa americana Salesforce vai contratar mais de 1000 pessoas para impulsionar as vendas de seu novo produto de IA generativa, o Agentforce.
De acordo com a empresa, os chatbots do Agentforce têm raciocínio avançado e são capazes de ajudar os clientes a resolver situações mais rapidamente.
Eles também ajudarão a gerar leads e otimizar campanhas de marketing.
Essa força de vendas contratada está efetivamente vendendo seus futuros substitutos?
Foi o que pareceu para mim!
Com o aumento do uso do Agentforce, novas funcionalidades e áreas podem ser criadas na empresa.
🏠Casas inteligentes
Os amantes da Apple acabaram de ganhar um motivo para comemorar.
O ano não está fácil para a empresa no quesito inovação.
Os botões do iPhone não animaram muito os usuários.
O mac mini ficou ainda mais mini mas não encheu os olhos.
O magic mouse continua com sua porta usb na parte inferior.
O Vision Pro flopou e parou de ser produzido.
Mas notícias apontam que a empresa está prestes a entrar de cabeça no mercado de casas inteligentes. O lançamento previsto é de um 'display de parede' que pode controlar aparelhos, gerenciar videoconferências e usar IA para navegar em aplicativos.
Principais características:
Focado no Siri para controle doméstico, FaceTime e comunicação
Executa aplicativos Apple (Safari, Music, Notes) – sem App Store
Prioriza comando de voz com opção de toque; sistema operacional dinâmico que se ajusta à proximidade do usuário
Aproximadamente duas vezes a largura de iPhones, com tela de 6 polegadas, alto-falantes e câmera
Funciona com campainhas com vídeo, câmeras e possui alertas de segurança
Tela inicial personalizável com widgets da Apple e interfone para múltiplos dispositivos
Modelo de alta qualidade com braço robótico e personalidade de IA em desenvolvimento
Hoje existem já diversos dispositivos que cumprem esse papel, dos famosos Google Home e Alexa até vários outros de marcas menores.
O que a Apple vai conseguir fazer para se diferenciar nesse segmento?
🤖Mais robôs
A NVIDIA planeja lançar seus computadores Jetson Thor para robôs humanoides no início de 2025, visando um mercado fragmentado de robótica com centenas de milhares de fabricantes.
Diferentemente da Tesla, que fabrica robôs diretamente, o foco da Nvidia é fornecer plataformas avançadas de IA para parceiros como Siemens e Universal Robots.
Iniciativas como essa mostram que a Tesla parece estar no caminho certo, apostando na popularização desses humanoides em um futuro proximo!
Fico por aqui, bom domingo para todos!