Trend Override Newsletter #61
Elon Musk deu um all in nos anunciantes do X. Uma IA que trabalha de todos lados do balcão. A tecnologia do tênis mais revolucionário dos últimos anos e muito mais.
Resumo do que estará por aqui hoje:
🤢Enjoo antes e azia depois: Os problemas do marketplace Enjoei.
🤓Produtividade x Privacidade: Uma aplicação de IA surpreendente.
💣Agora é guerra: Elon Musk deu um all in nos investidores.
🪂ON CLOUDS: O tênis revolucionário.
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🤢Enjoo antes e azia depois
A empresa enjoei nasceu em 2009. Com uma proposta de ajudar os usuários a fazer uma limpa no guarda roupa, conseguiu um segmento até então inexplorado de ser um brechó digital para os usuários.
Alguns anos se passaram até chegar a um posto onde parecia ter se solidificado nesta posição. Mesmo levantando diversas dúvidas referente ao seu modelo de negócios e a necessidade de cobrar taxas quase que abusivas dos usuários para promover suas vendas, ela chegou a bolsa de valores brasileira em outubro de 2020.
O Brasil vivia outro cenário. Não só as ofertas primárias estavam quase que em um momento perfeito, mas também qualquer ativo que pudesse ser classificado como Tech já atraia os holofotes.
Apenas 5 meses após o IPO, o devaneio coletivo vivido na época empurrou a empresa a atingir o valor de mercado de 3.5 bilhões de reais. Os céticos, então, foram a loucura.
Hoje a empresa acumula uma queda de 80% nas suas ações desde o dia da sua oferta inicial. O último resultado reportado veio bem ruim e registrou prejuízo líquido de R$ 16 milhões no quarto trimestre de 2023.
O total de compradores ativos atingiu 2,5 milhões ao final do 4T23, o que representa uma evolução de 111% na base anual, sendo composta por 1,1 milhão do Enjoei e 1,4 milhão do Elo7.
Assim como nos questionamos pelo fato da Amazon não ter conseguido tomar a fatia de mercado que o mercado livre assumiu no Brasil, também não conseguimos entender como o mercado livre não roubou essa fatia do Enjoei!
Mas o que era somente o pesadelo da empresa, está passando a ser também um momento sombrio para os usuários.
Algumas matérias divulgadas essa semana mostraram que diversos usuários estão com o dinheiro preso dentro do sistema financeiro da empresa, chamado Enjubank. As vendas realizadas na plataforma hoje são obrigatoriamente creditadas dentro desse ambiente.
Os termos de uso do Enjoei informam que a empresa pode, a qualquer momento e por "critério interno", suspender ou cancelar o cadastro de seus usuários.
Os vendedores alegam falta de transparência e problemas no contato com o suporte do marketplace.
Parece que a coleção de inverno do Enjoei esse ano não irá as passarelas.
🤓Produtividade x Privacidade
A Microsoft não teve muito sucesso na pandemia quando reportou que tinha desenvolvido um monitor de atividades para o teams. A idéia, na época, era ter algum controle sobre os funcionários que estavam 100% em home office.
De lá para cá, diversas ferramentas de produtividade surgiram para tentar ajudar as pessoas a produzir mais e aos empregadores a terem uma maior visibilidade do que seus times estavam fazendo.
Visando otimizar o desempenho da equipe e reduzir o tempo de espera dos clientes, o dono de um restaurante mostrou como monitora o dia a dia dos seus funcionários e clientes. Com este monitoramento avançado e ajustes de serviço em tempo real, os proprietários das lojas sabem tudo que está acontecendo remotamente.
Essas tecnologias se tornarão cada vez mais presentes em estabelecimentos comerciais e empresas. E certamente irá trazer o debate sobre privacidade e dará muito trabalho para os departamentos de gente e gestão pelo mundo.
💣Agora é guerra
Elon Musk usou sua própria rede social para declarar guerra aos anunciantes.
Essa briga já é antiga e, inclusive, já foi pauta aqui algumas vezes.
Depois de fuga massiva dos anunciantes da sua plataforma, Musk tentou alavancar a receita do X através das assinaturas de usuários. A proposta, além do selo de verificado, incluía uma versão totalmente livre de anúncios e acesso ao Grok, seu modelo de inteligência artificial que possui dados do X em tempo real. Mas nem isso conseguiu estancar a sangria causada pela fuga dos anunciantes. Tivemos também o episódio onde mandou gentilmente o CEO da Disney se f#&r no palco, ao vivo durante um evento. O que também não deu certo!
Segundo ele, agora é guerra! Ele está processando alguns dos maiores grupos de anunciantes do mundo, alegando que eles conspiraram ilegalmente para boicotar o X. E mais que isso, está encorajando todos a fazerem o mesmo!
Do lado dos acusados estão gigantes como Unilever, Mars, CVS Health, Orsted, WFA, que controlam 90% dos gastos globais com publicidade. Estas empresas criaram a iniciativa Aliança Global para Mídia Responsável (GARM), que define padrões de segurança contra conteúdos ilegais.
Musk, na figura de acusador, alega que as empresas agiram contra os seus próprios interesses econômicos, em uma conspiração contra o X. O GARM, segundo ele, é um “pequeno grupo de pessoas” que monopolizou este mercado.
Desde que adentrou a porta principal do Twitter com uma pia na mão, Elon viu a receita com publicidade da empresa cair mais de 50%. Por outro lado, sob seu comando, os números de usuários ativos diários não para de subir e renovar as máximas históricas.
Esse pode ser mais um caso de plataforma com uma base de usuários tão grande e fiel que será fácil decidir um caminho de monetização no futuro. Ou não. A única certeza é que Elon e sua forte personalidade não vão deixar isso abalar o futuro do X!
🪂ON CLOUDS
Outra empresa queridinha aqui do nosso blog é a On. Nos últimos anos, foram muito além dos tênis e ganharam o gosto popular em diversos países!
A última vez que apareceram aqui foi para anunciar a nova garota propaganda da marca.
Dessa vez, eles voltam aos holofotes pela criação de um novo tênis feito utilizando um spray. O processo é chamado de LightSpray e foi inspirado em pistolas de cola quente. O método foi considerado um divisor de águas para a fabricação de calçados.
A Nike mal se recuperou do último caldo que tomou no mar e já veio mais essa onda. A vida deles, pelo menos no quesito tênis de alta performance, está ficando cada dia mais complicada. Alguns detalhes sobre o tênis:
- Leva 3 minutos para finalizar a parte superior do tênis. Um tênis com costura leva em geral 3 horas.
- Uma única pessoa pode operar a máquina. Em uma linha de montagem normal, são 100 pessoas em uma linha de montagem.
- "Em vez de ser montado por modelistas, é criado usando princípios de design paramétrico e engenharia computacional."
Um braço robótico pulveriza "um único monofilamento sintético semitransparente com quase um quilômetro e meio de comprimento" em um molde de sapato para finalizar a parte superior (que é então "fundida a uma sola de espuma de borracha e fibra de carbono").
O tênis é muito leve, pesando 170 gramas, e tem 75% menos impacto ambiental do que um processo normal de fabricação de calçados. Algumas outras curiosidades do processo:
- Pode ser feito perto do destino final de venda (em vez de na Ásia e enviado para todo o mundo)
- Há muito pouco desperdício de filamento e o material é um termoplástico (que pode ser derretido e reutilizado após o fim da vida útil do tênis)
O tênis sem cadarços (e de ajuste perfeito) é oficialmente chamado de Cloudboom Strike LS e já provou seu valor: a corredora queniana Hellen Obiri venceu a Maratona de Boston de 2024 usando-os (tempo = 2:22:37).
Esse pode ser mais um lançamento que marca uma disrupção no mercado de calçados.
Isso aconteceu em 1979 com o Nike Air Tech e em 1982 com o Air Force 1. Em 2015 foi a vez dos Adidas Yeezys e em 2017 com o Nike Vaporfly, que introduziu as placas de carbono!
O LightSpray chegará as lojas até o final deste ano.
Fico por aqui, bom domingo para todos!