Trend Override Newsletter #47
Até onde o Photoshop está dentro da lei? Onde o crime encontra Kate Middleton e Jennifer Pan. Uma nova tendência de trabalho, uma entrevista inusitada com seu clone e um novo jeito de fazer música!
Resumo do que estará por aqui hoje:
🤡How deep is your fake: O escândalo das fotos de Kate Middleton e Jennifer Pan;
🛂O marido remoto: É isso mesmo, existe uma nova tendência mundial;
💉Surgery Pro: A primeira cirurgia usando um Vision Pro é brazuca!
🎙️Dancing with myself: Já se imaginou entrevistando seu clone?
🎺Music from the future: Uma nova maneira de criar música… sem ser músico!
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🤡How deep is your fake
Alguns exemplos que estão rolando na internet trouxeram um questionamento. Até onde o uso de técnicas de correção de fotos em geral podem ser consideradas de uso “justo”. E aqui é importante falar em manipulação de imagens, pois photoshop existe desde 1987. Não podemos simplesmente atribuir tudo a IA. Muitas dessas coisas já estavam entre nós e só agora estão entrando na pauta.
Trouxe aqui alguns exemplos para fomentar o debate, que eu acredito estar longe de estar começando, inclusive!
True Crime - Netflix
A Netflix usou imagens que parecem ser geradas ou manipuladas por inteligência artificial em um documentário recente sobre um caso de assassinato por encomenda que envolveu uma mulher chamada Jennifer Pan, ocorrido no Canadá em 2010.
Estudos mostram que as fotos para representar a personalidade de Jennifer, descrita como "alegre, feliz, confiante e muito genuína" por seu amigo de escola, Nam Nguyen foram manipuladas. As imagens, que aparecem aproximadamente aos 28 minutos do documentário, mostram todas as características típicas de uma foto produzida por inteligência artificial, incluindo mãos e dedos deformados, traços faciais distorcidos, objetos alterados no fundo, e um dente frontal excessivamente longo.
Podemos considerar, no mínimo controverso, o uso de uma IA generativa para representar uma pessoal real em uma série sobre crimes verídicos, certo? A HBO parece já ter inaugurado esse tema em um episódio da série True Detective, que exibiu cartazes estranhos ao fundo, que foram associados a uma criação por IA. A questão final aqui é a seguinte: o uso dessa tecnologia para gerar imagens de uma pessoa real, especialmente de alguém que está preso e só será elegível para liberdade condicional em 2040, é algo que merece atenção?
Kate Middleton's Photo Scandal
Uma foto photoshopada de uma celebridade já levanta uma série de comentários. E uma foto alterada por IA da princesa de Gales?
À medida que a verdade sobre a imagem editada se desenrolava, ficava claro que não se tratava de um retoque comum. Segundo investigações, a foto havia sido meticulosamente alterada, borrando as linhas entre realidade e ilusão.
O mundo da fofoca ficou louco: alguns observadores levantaram questões sobre a ausência do Príncipe William na fotografia, alimentando rumor de um possível desentendimento marital dentro da casa real. Outros analisaram a imagem no contexto da recente cirurgia abdominal da princesa, sugerindo que a edição poderia ser uma tentativa de ocultar um processo de recuperação menos que perfeito aos olhos do público.
No mundo de hoje, anomalias raramente escapam do escrutínio de usuários de internet com olhos de águia. Embora a imagem de Middleton não pareça ter sido editada com IA, a proliferação de ferramentas de edição de IA gerou um aumento paralelo nas técnicas forenses e comunidades online dedicadas a desmascarar mídias manipuladas. Como demonstra a imagem de Middleton, até as fotos mais meticulosamente alteradas são suscetíveis à detecção por aqueles habilidosos em identificar os sinais reveladores de interferência artificial.
No entanto, a admissão franca e sem graça de Kate foi que ela gostaria de apresentar uma versão idealizada de sua vida “perfeita”.
Honestamente, não parece que precisamos de imagens manipuladas para ver a bizarrice em que este mundo da família real está inserido, mas até que ponto o público quer consumir realismo ou idealismo? Fica aqui minha pergunta.
UK Real Crimes
Agora vamos unir os 2 temas e mostrar algo que realmente está sendo feito, fora do campo cinematográfico da coisa.
O Reino Unido planeja tornar crime a criação de imagens deepfake sexualmente explícitas para combater a violência contra as mulheres.
O Ministério da Justiça anunciou que indivíduos que produzem essas imagens sem consentimento poderão enfrentar processos e uma multa ilimitada, independentemente de sua intenção de distribuição. Compartilhar as imagens também pode levar à prisão.
Agora, vamos lá. Quando que uma imagem dessa vai ter sido feita com consentimento de alguém? Me parece no mínimo bizarro.
Além disso, o governo criminalizará a gravação ou captura não autorizada de imagens íntimas reais e introduzirá penalidades mais severas para os infratores que causam morte por comportamento sexual abusivo. Aqui é mais bizarro ainda. Isso ainda não é crime? Mais severo?
🛂O marido remoto
Pelos tamanhos das filas nos restaurantes, já podemos dizer que o home office acabou. Mas a verdade é que, mundo afora, ele vai continuar sendo uma realidade para muitas empresas. Hora por terem contratado dessa forma, outra pelo fato da dificuldade de manter grandes espaços comerciais para alocar áreas consideradas não estratégicas. Ele pode reduzir, seu uso ser adaptado, mas continuaremos vendo o modelo home office, mesmo que no estágio híbrido, sendo utilizado mundo afora.
Homens e mulheres ainda se especializam em tipos diferentes de trabalho. Empregos em indústrias como ciência da computação e engenharia são desproporcionalmente realizados por homens. Empregos em ensino e enfermagem são dominados por mulheres. Profissões como direito e medicina ainda podem empregar mais homens que mulheres, mas as balanças estão se inclinando: mais mulheres que homens estão matriculadas em faculdades de direito e medicina.
Ocupações diferentes também tiveram que adotar abordagens diferentes para o trabalho remoto. Uma minoria de profissionais médicos pode ser capaz de trabalhar remotamente, assumindo empregos de telemedicina, mas a grande maioria tem que tratar seus pacientes pessoalmente. Advogados podem estar vinculados a um estado ou área específica por sua licença e especialidade. Enquanto isso, as indústrias que relataram o maior nível de flexibilidade de trabalho remoto são codificação e tecnologia, arquitetura, engenharia e empregos de negócios. Cerca de metade das pessoas trabalhando em empregos de computação ou matemática trabalham remotamente em tempo integral.
O resultado é que, no agregado, é mais fácil para os homens trabalharem de onde quiserem. Uma pesquisa realizada pela McKinsey, descobriu que 38% dos homens trabalhadores tinham a opção de trabalhar remotamente em tempo integral, em comparação com 30% das mulheres. Cerca de metade das mulheres relata ser incapaz de trabalhar remotamente de todo, em comparação com 39% dos homens.
Isso traz uma discussão interessante sobre mercado de trabalho e é mais um ponto de atenção. Trabalhar remoto daria uma flexibilidade e tranquilidade maiores as mulheres no período de gravidez. No entanto, a tendência que vemos no mundo não é essa, e sim de mulheres que relatam sair de casa todos os dias e os maridos continuem trabalhando no lar.
💉Surgery Pro
A primeira cirurgia utilizando um Apple Vision Pro aconteceu, foi no Brasil, e foi um sucesso!
Isso abre um caminho enorme para aumentar ainda mais a segurança nos procedimentos cirúrgicos, assim como trazer novas funcionalidades para acesso dos médicos no momento da operação.
Tenho muita dificuldade de ver isso pegar e mais ainda do paciente se acostumar com essa idéia. Se bem que quando o médico vestir o Vision Pro o paciente já vai estar relaxado e dormindo sob os efeitos anestésicos 🤣
🎙️Dancing with myself
Billy Idol jamais imaginou que algum blogueiro um dia iria utilizar de sua icônica música para falar sobre clones. Isso mesmo! Em um primeiro exemplo prático de uma aplicação da criação de um clone, o fundador do Linkedin simplesmente promoveu uma entrevista entre ele e seu irmão gêmeo digital.
O avatar de vídeo foi produzido pela Hour One, enquanto sua voz foi desenvolvida pela Eleven Labs. Sua personalidade — a forma como a IA REID elabora respostas — é fruto de um chatbot personalizado, construído com base no GPT-4 e treinado com uma variedade de materiais que incluem livros, discursos, podcasts e outros conteúdos produzidos por Reid ao longo das últimas décadas. This is fucking awesome!
Não consegui encontrar uma versão resumida, mas vale assistir um pedacinho!
🎺Music from the future
Já que a pauta hoje é debate, sem dúvidas uma das áreas onde está mais se colocando a prova a entrada da IA é a musical. Até onde vão os limites da criatividade por parte das máquinas e, principalmente, até onde o público quer consumir pura e simplesmente a música ou tudo a sua volta?
Se todas as músicas da Taylor Swift tivessem sido geradas por IA, elas teriam o mesmo impacto em tantos fãs? Sou apaixonado pelos dois temas, e posso afirmar que, em se tratando de música, muita gente ainda consome muito mais do que apenas o áudio. Se não fosse isso, não teríamos artistas como contas mais seguidas em todas as redes sociais, vendas de produtos de merch, dentre muitas outras.
Agora, o que isso vai mudar, revolucionar e, principalmente, ajudar na produção de músicas é uma loucura! Esse é curtinho e vale demais!
Gostei demais dessa edição, vejo vocês de volta semana que vem!